terça-feira, 24 de novembro de 2009

A paciência e o seu Q

Tenho a dizer-vos que chegar à segunda-feira de manhã* e ler os vossos comentários de incentivo para aturar certas e determinadas criaturas deu todo um outro gosto ao meu início de semana. Até nem me importei tanto pelas ditas circustâncias. O meu enorme obrigada :)

E diz que chegar ao fim do dia de hoje e pensar super feliz "Exacto, hoje é Terça!" (porque - vá-se lá saber porquê - o meu subconsciente estava convencidíssimo de que era Segunda) também ajuda. Até porque assim significa que só faltam 3 dias para ser Sexta!

E ao que parece, a paciência compensa mesmo. Para além de que gabaram imenso o nosso trabalho (sim, foi assim o cúmulo da pachorra aturá-lo durante o processo), hoje as novas bosses no departamento para o qual nos mudámos "ficaram maravilhadas" comigo (palavras dele, não minhas). Ó meu querido... jealous much? Ou tristinho que agora a tua basófia não te tenha servido de nada?

Ora, ora, temos pena...


*não andei pela Internet durante o fim-de-semana (e ontem também foi complicado). E que rico fim-de-semana foi... mas isso é outra história!

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Há momentos assim em dias assim

Recebi uma mensagem do P.; daquelas SMS normais, normaizinhas, com aquele objectivo puro e absolutamente corriqueiro de saber como vai um amigo passado um tempo. Senti-me feliz, porque sempre o tive em alta na minha consideração e porque sabe bem, muito bem em certos e determinados dias* sermos relembrados de que há gente muito boa que, sem nós sonharmos, está naquele momento, por mero acaso, a pensar em nós. E recordamo-nos, assim, por mero acaso também, daqueles momentos geniais de total parvoíce que passámos com essas pessoas. E dá vontade de dançar.

A parte engraçada disto tudo é que sempre me questionei se poderia ter havido alguma coisa mais entre nós, não fosse eu ter conhecido o P. por ele ser namorado de uma das minhas amigas mais chegadas na altura. É que desde o início lhe achei a maior piada e demo-nos logo incrivelmente bem - mas, lá está, namorado de amiga minha é rapaz intocável. Mesmo que já não o seja há bons e longos meses.


*dias de trabalho com gente insuportavelzinha, em que só pensamos que estamos a fazer aquilo por uma remuneração e que já só faltam dois dias para o fim-de-semana, uma semana e dois dias para um fim-de-semana semi-prolongado, duas semanas e dois dias para um fim-de-semana esse sim verdadeiramente prolongado, um mês e meia dúzia de dias para o Natal, um mês e uma dúzia de dias para o Ano Novo, dois meses - que são só oito semanas - para o início do Mestrado e - aleluia - quatro meses e meio para terminar a tortura. Safa.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

I feel good *tururu*

Se voltasse atrás no tempo, podia fazer uma data de coisas de forma diferente? Corrigir erros, não dar tudo quando não era suposto, dar muito mais quando devia, alterar todas as minhas escolhas, reescrever a História, aproveitar melhor cada minuto, viver cada momento um pouco mais ou um pouco menos?

Podia, mas não era a mesma coisa.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

É que chega a ser exasperante

Estão a ver aquele género de ser que se julga muito superior, muito inteligente (muito, mas muito mais do que realmente é), muito bom, muito perfeito, muito poliglota, muito trabalhador (mas que não faz rigorosamente nada), muito génio da Matemática, muito génio de tudo e mais alguma coisa, muito fantástico, muito maravilhoso, muito, muito, muito imensamente totalmente irrevogavelmente superior mas que, na realidade, não vale nada, de todo, nem com toda a boa vontade do Mundo? Estão a ver o género de pessoazinha, estão?

Ora agora tentem lá adivinhar, no meio de tanta gente interessante nesta vida, que género de colega é que calhou a Lady B. Vá lá, tentem lá. Vai ser divertido, prometo*.

*e, simultaneamente, minto.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Uma parvoeira, duas parvoeiras*

At a certain time, I loved him so much it would get to a point when it would actually ache. Only long gone after I had messed the whole thing up did I remember that love is not supposed to hurt.

*(em inglês, porque hoje me apeteceu. deve ser do tempo chuvoso, que me põe sempre num british mood).

domingo, 15 de novembro de 2009

Julgar o livro pela capa

É certo e sabido que não fica bem a ninguém admiti-lo, mas é a verdade pura: todos acabamos por julgar as pessoas pela sua aparência física. O exterior conta, por muito que o mais usual até seja que a bota não bata com a perdigota no final de contas.

Quem diz pessoas, diz tudo o resto. Até situações: quantas vezes se pensa que algo vais ser maravilhoso e é afinal terrível - ou vice-versa?

Ponto assente que é um facto que todos fazemos este julgamento a priori, não me orgulho dele. Aliás, tenho feito um esforço para evitá-lo ao máximo. Não meramente por uma questão de ser "ah e tal, que feio que é, quero elevar a minha pessoa a uma posição moralmente mais correcta"; não, o motivo é, afinal, bem egoísta: é que, por vezes, esse julgamento - errado, em 90% dos casos - pode chegar a magoar. Daí que cada vez me torne mais cuidadosa: explorar bem o terreno antes de tirar conclusões. E isto vale para tudo.

(Outro dia estava a ver televisão; apanhei um daqueles reality shows. Apareceu uma rapariga loira, a típica america "girl next door", muito bubbly, muito arzinho de cheerleader, muito aparentemente burra. A miúda, afinal, para além de ser dançarina, estava a tirar um Mestrado em Economia, salvo erro, sempre com média quase perfeita de A. Toma, Lady B., que é para aprenderes a não julgares de maneira tão vil!)


Crónica ao som de "Complicated", Avril Lavigne (porque foi outra que, apesar do que cantava, parecia ser o que não é.)

sábado, 14 de novembro de 2009

Isto anda complicado, mas...

Primeira semana de trabalho com uma saúde no mínimo questionável não deu certo com nada. E muito menos com arranjar um tempinho para aquilo de que gosto - como o blogue. Mas isso vai mudar (espero eu).

Já agora, utilizo este post como forma de agradecimento por todos os comentários e todas as visitas e, claro, àquelas onze lindas pessoas que já se tornaram membros da "Corte Real". O meu profundo obrigada, pois tornam mil vezes mais especial as minhas visitas a este meu cantinho.

(E dado o resultado dos votos do inquérito, irei começar a responder aos vossos comentários sempre que possível e, prometo, apenas quando tiver algo de jeito para dizer!)

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O Passado à luz do Presente

Quando isto ou aquilo, este ou aquele me relembra da nossa história e eu páro dois segundos que sejam a pensar nisso tudo, a palavra que mais depressa me ocorre é sempre "idiota". Aliás, minto; a palavra que me ocorre é bem menos simpática, mas de modo a manter eventuais susceptibilidades mais delicadas a salvo, fiquemo-nos por "idiota".

Idiota-tu, por não te aperceberes do que tinhas em mãos, idiota-tu por deixares escapar tudo, idiota-tu por jogares todos os jogos do livro comigo, idiota-tu por te enredares nessa teia-marasmo e não lutares para seres quem queres ser.

Idiota-eu, por atirar areia para os meus próprios olhos quando os sinais piscavam freneticamente, idiota-eu por lutar contra uma maré forte (e teimosa) demais, idiota-eu por insistir em procurar salvar algo que há muito se havia perdido, idiota-eu por me esquecer de quem sou ao tu apareceres.

Idiota-a-situação, porque as coisas são mesmo assim, nem sempre a vida liga a sentimentos ou sensações, a momentos ou (im)perfeições de logística. O que tem que ser tem muita força e, por mais idiota que tudo isto seja, é o que teve que ser: nada.


Crónica ao som de "Autumn Leaves", Paolo Nutini

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O que vale é que há sempre opções de carreira

O formador pergunta: "Mas isto não basta ser o primeiro, o que é que também é preciso?".

Responde Lady B.: "Ser o melhor".

A isto riposta o formador: "Assim a menina até dava um óptimo treinador de futebol". Ora, eu sempre pensei o mesmo.

domingo, 8 de novembro de 2009

"Flagra"!

Em dia de compras no Continente de um centro comercial perto de mim, passo pela zona dos livros e três empregados do dito supermercado páram subitamente o que estavam a fazer e ficam a olhar para mim e para a minha irmã com cara de crianças apanhadas em flagrante. Estavam à procura do Wally.

* Para quem ficou interessado pela série do último post, o Especial Erica de 3 episódios passa hoje às 15h, no FoxLife.

sábado, 7 de novembro de 2009

"Primeiro estranha-se, depois entranha-se" ou o meu novo vício

Being Erica (ou simplesmente Erica, em Portugal). Uma série diferente, que nos põe a pensar ou nos faz rir à gargalhada. Como seria se pudessemos voltar atrás no tempo e alterar aquilo de que mais nos arrependemos? Seria essa a solução? Erica Strange é a demonstração de que a vida não é fácil e de que, mesmo se corrigissemos tudo aquilo de que nos arrependemos, o que importa é quem somos verdadeiramente e o que nos transformou nessa pessoa.

Está neste momento a dar um especial no FoxLife, que irá repetir amanhã ao início da tarde. Não percam. Mesmo que soe estranho ao princípio, acreditem, acabará por conquistar-vos.

Pólos de atracção

Cada pessoa tem a sua forma de ver a vida e o seu próprio modo de enfrentar as adversidades; há gente mais positiva, há gente mais negativa. A certa altura enquadrei-me neste último grupo; hoje em dia, já não sei bem - mas penso que estou a meio caminho.

Essa espécie de equilíbrio que tenho actualmente faz com que acabe por responder aos outros pelo caminho inverso ao que palmilham. Quero com isto dizer que pareço um pólo de atracção oposta, como um íman: quando alguém vem ter comigo com a visão mais pessimista, parece que me transformo no ser mais optimista à face da Terra; ao invés, se há só optimismo à minha volta, fico mais atenta ao que de mal pode correr.

Quando tento animar alguém que está em baixo, não se trata de dizer o que querem ouvir sem que eu acredite naquilo que digo. Acredito, de outra forma não seria capaz de dizê-lo. Sou capaz de criar os cenários mais perfeitos e equacionar todas as soluções possíveis para problema x ou y, sem pecar pela mentira quando o faço. Então porque é que, para mim mesma, nem sempre consigo manter esse optimismo?

Por outro lado, custa-me quase a um nível físico quando uma pessoa é incapaz de ver os pontos positivos de uma situação desagradável e se deixa abater completamente pela adversidade. Custa-me quase tanto quanto aqueles que só vêem passarinhos e o céu azul, ignorando os passos em falso que lhes estão reservados. Uma coisa é uma visão positiva da vida, outra coisa é viver na ilusão da perfeição.

No meio disto, sinto-me quase como um pêndulo equilibrando-se para compensar um ou outro lado. O pólo negativo de alguém atraí o meu positivo e vice-versa. Por muito idealista que eu seja, sempre achei que um pouco de realismo fazia bem a muita gente - e a mim faz, seja para ver uma situação de forma mais ou menos perfeita.


Crónica ao som de "Bend & Break", Keane

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Cheira a recordações

Já sentia saudades da chuva. Não, não tenho saudades de me ensopar de alto a baixo, de enfiar os pés em poças de água até ao joelho (coisa para a qual tenho enorme apetência). Não, não é isso.

Mas tinha saudades do que a chuva me traz. Aquela melancolia doce, os pensamentos mais verdadeiros, uma espécie de transe introspectivo. Ontem peguei, pela primeira vez em meses e meses, no meu casaco preferido e num cachecol com aroma a Inverno. Só isso levou-me instantaneamente ao ano passado, a tantos risos e sorrisos*.

O Outono traz o cheiro a castanhas assadas, as folhas secas a esvoaçarem rua fora, a antecipação do Natal. Traz novas sensações antigas: tudo é igual e conhecido, mas tem sempre um sabor diferente a cada ano que passa. Principalmente, o Outono traz-me recordações, sempre óptimas. Espero que este seja mais um Outono a juntar à lista dessas boas recordações.

*levou-me a ti

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Reposição da verdade

Se há coisa de que realmente me arrependo é de um dia te ter dito que não conseguiria viver sem ti*. Acima de tudo, menti-te (não que na altura o soubesse ou o fizesse com intenção). É que, na verdade, hoje estou aqui, bem, viva e de relativa saúde. E sem ti.

*Coisa que nunca voltarei a fazer. Já sei que não é verdade, consigo viver sem depender assim tanto de alguém. Sobrevive-se se se tiver forças para isso. Por muito romântica que seja... isto foi demais. Coisa melosa. Medo.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Do controlo e os seus limites

"Chega um dia em que, de repente, nos damos conta de que o controlo que procuramos estará sempre fora do nosso alcance. Para alguns, é uma descoberta aterradora, ao passo que para outros é estranhamente libertador. Se a única pessoa que posso controlar sou eu, isso quer dizer que estou fora do alcance dos outros seis biliões de almas que andam por aí nesse mundo de loucos".
de Being Erica (tradução livre)

Sempre tentei controlar tudo na minha vida. Planear com muita antecedência, criar projectos detalhados sobre todas as minhas fases de vida: escola, Faculdade, desejos futuros. De certo modo, pintava tudo o que aí viria dentro da minha cabeça, raramente deixando espaço para falhas.

Mudei isso. Talvez porque ao longo dos últimos anos me tenha apercebido de que quase tudo foge ao nosso controlo - ou, por outra, que aquilo que realmente podemos controlar é ínfimo comparativamente ao que vivemos no dia-a-dia. Imprevistos sucedem, surpresas (boas e más) alteram-nos planos que havíamos feito há séculos e, acima de tudo, acabamos por mudar nós próprios - e, se formos sinceros connosco, acabamos por seguir outro caminho que não o inicalmente pensado para sermos feliz.

Porém, acima de tudo, alterei toda essa minha visão de controlo sobre a vida muito em parte por tua causa. Ainda não me havia apercebido de forma tão lúcida e completa que, na maioria das vezes, nem posso controlar aquilo que sinto - e muito menos posso controlar o que os outros sentem. O que tu sentias. Assim sendo, todos os castelos no ar que pudesse criar não teriam qualquer fundação, sendo propícios ao desastre. E foram, porque me convenci de que sentias aquilo que (aparentemente) não sentias.

Não me compete a mim mudar o que os outros sentem; não posso obrigá-los a alterar a sua visão de vida. Posso, sim, manter em mente aquilo que quero para mim, para a minha vida e para o meu mundo. E, dentro daquilo que está ao meu alcance, fazer tudo por tudo para chegar onde quero chegar, ser fiel a mim mesma e aos meus sonhos.

O resto, não me compete a mim. E ainda bem.


Crónica ao som de "Sanctuary", Gabriella Cilmi

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Será que desta é de vez?

Parece que é mesmo verdade: após demasiado tempo à espera, Lady B. vai finalmente deixar-se de ficar a olhar para o telemóvel a ver se ele toca e começará o seu estágio* na próxima segunda-feira. Aleluia!

*Espero é não vir a ter uma chefe como a Miranda Priestley no Devil Wears Prada. Brrr.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Era bom, era; mas não é.

Dá-me assim um bocadinho de urticária quando as pessoas à minha volta começam a embirrar comigo e com o D., o meu melhor amigo. E não é embirrar de forma negativa - é mesmo de forma demasiado positiva. Eu passo a explicar.

É o típico "Ai vocês ficavam mesmo bem juntos", "São tão fofinhos" e "A sério, parecem mesmo namorados". Não ficávamos nada bem juntos, até podemos ser fofinhos (yupi para nós!) mas não é nesse sentido e não, não parecemos namorados e muito menos o somos ou alguma vez seremos (digo eu, que não gosto muito de dizer nunca, mas nisto, até arrisco). Mais parece que um rapaz e uma rapariga não podem ser amigos, serem meigos um com o outro que imediatamente são namorados. Sinceramente, faz-me mesmo urticária.

O que não entendem é que, se eu e o D. acabássemos juntos, seria por conformismo, seria porque teríamos desistido de encontrar aquela pessoa que nos completaria. Para além disso, iríamos levar-nos mutuamente à loucura. Melhores amigos que são isso apenas não combinam, amorosamente falando. Não há aquela faísca, não há paixão; pode haver amor, mas um tipo de amor totalmente diferente.

Claro que seria muito mais confortável já ter encontrado "o tal", e que ainda por cima ele estivesse mesmo debaixo do meu nariz. Mas não é assim, de parte a parte, e isso não se força. Eu não me quero conformar com alguém só porque está aqui ao lado e até nos entendemos bem, seja o D. ou outro rapaz qualquer. Eu quero alguém que seja mais, muito mais. Quero alguém que sim, seja um dos meus melhores amigos, mas que vá para além disso. Alguém com quem me veja a passar todos os dias, lado a lado, sem ir à loucura*.

Se for para me conformar, prefiro ficar solteira, a viver a minha vida e seguindo os meus sonhos à minha vontade. Uma relação implica compromisso, portanto é bom que a contra-partida valha a pena, senão não abdico de nada em mim.


*E isso nunca aconteceria com o D.

Crónica ao som de "Wonderful", Gary Go

Até dançava ao som desta música... (1)

... Brian Littrell, dos BackStreet Boys. Eu juro, juro que hesitei mesmo nesta escolha para hoje*... mas não podia não falar do Brian hoje, até porque foi mais ou menos daí que surgiu a ideia do Até dançava ao som desta música... Porque, sinceramente, dava-me um gozo tremendo dançar ao som da "música" do Brian.

Vamos ao óbvio: para além de me recordar dele quando era um jovenzito na flor da idade, o rapaz fez-se um homem lindo. Talvez não aquele lindo óbvio, "de cair para o lado", mas é, sem dúvida, aquele lindo a que eu chamo "suave". Tem uns olhos lindos, um arzinho de anjo de quem não parte um prato.

Como se não bastasse, tem o corpinho tonificado de quem tem a dança como parte do que faz for a living. Mas aquela característica óbvia que realmente me arrasa é (lá está) a música do Brian. Aquela voz harmoniosa como poucas, doce, doce, que só apetece ter logo pela manhã a cantar musiquinhas melosas, daquelas românticas de fazer chorar as pedras da calçada. Honestamente, podia ficar a ouvir o Brian Littrell cantar horas a fio e não me cansava.

Porém, não foram as características óbvias do nº 1 do Até dançava ao som desta música... que inspiraram a rubrica ou, sequer, que me fizeram falar do Brian Littrell. Aquilo que realmente me faria dançar ao som da música do Brian Littrell, era isto:

O rapaz/homem é pai de filho e marido extremoso, com uma daquelas histórias de amor perfeitinhas, de paixão de anos e anos, após ter passado as passas do Algarve com relacionamentos anteriores para lá de falhados. Ora, quando se sai de um relacionamento falhado, o que é que se quer? Acreditar que ainda há um homem, algures, que valha totalmente a pena, que nos vai sarar todas as feridinhas, que nos vai dar este mundo e o outro. E onde é que entra o Brian Littrell nisto tudo? Bom, ele não só canta esse patati-patatá das histórias de amor, ele vive-a. Aqui está o je ne sais quoi do Brian Litrell para mim.

Portanto, até porque o Natal se aproxima, só numa de prevenir, aqui fica: ó Pai Natal, daqui a uns aninhos, o que eu queria mesmo era um maridinho assim, jeitozinho e fofinho, com um corpinho danone e uma vozinha de anjo, pode ser? Muito agradecida.


*Para quem já não aguenta os posts relacionados com os BackStreet Boys, as minhas sinceras desculpas. Acreditem que até já me ando a irritar a mim mesma. Sério. Só que, enfim, fiquei mesmo, mesmo rendida. Desculpem-me. Prometo que esta fase há-de passar. E rápido.

domingo, 1 de novembro de 2009

Ooh...

Acabou a fase de casting do Ídolos. Fico triste, confesso. É que a risada que os cromos e crominhos me proporcionaram era algo de fantástico. Agora só espero é que haja ali gente que realmente canta. Vozes com aquela harmonia que nos leva a lugares que raramente visitamos. É que isso também tem o seu quê de magia.

Até dançava ao som desta música...

Decidi criar uma espécie de "rubrica" especial aqui no Crónicas... Não será nada de original - nada de original mesmo - mas será a minha acha para a fogueira (que isto quer-se é quentinho).

Sim, decidi criar um post semanal com cavalheiros! Agora, não se entusiasmem demasiado, porque os meus gostos são, no mínimo, peculiares. E se estão à espera que eu vá falar só daqueles que toda a gente conhece e toda a gente gosta, vão ficar decepcionados. Aqui não aparecem só Brad Pitts; aparecem sim aqueles que, para mim, têm o tal je ne sais quoi... Ou apareceriam, se eu, de facto, pudesse dançar ao som dessa música.

(Já cá volto com novidades).

sábado, 31 de outubro de 2009

Guilty pleasure (ou a cura para a depressão)

A todos os cépticos da música pop, é isto que ela faz: dá leveza, afasta para longe os problemas (mesmo que só por uns segundos) e transporta-nos para um mundo onde tudo é perfeitinho (incluindo os dramas amorosos), se ao menos nos deixarmos levar. Pois bem, Lady B. deixou-se levar e ficou completamente rendida aos «meninos da rua de trás».

Depois da odisseia em que se tornou a ida ao concerto, valeu absolutamente a pena. Os BackStreet Boys foram lindos, lindos e Madcon também estiveram muitíssimo bem. Perfeito, perfeito, seria ter mais uns 20 centímetros de altura para não ver metade palco, metade cabeças.

Claro que aqui a Lady B. poderia ficar a ouvir o Brian, o Nick, o A.J. e o Howie a cantarem noite fora aquelas músicas que escutava há anos e anos atrás enquanto brincava com bonecas... mas isso já não seria possível.

Mas fica aqui a promessa: se ganhar o Totoloto, volto a ir vê-los nesta digressão "This Is Us". Assim num destino aprazível e com menos meninas irritantes a darem-me com a mala nas costas. Mas vou, nem que seja com cinco seguranças contratados para me fazerem barreira e me elevarem no ar.


Crónica ao som de "As Long As You Love Me", The BackStreet Boys

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Acho que se chama fé

"At the end of the day, faith is a funny thing. It turns up when you don't really expect it. It's like one day you realize that the fairy tale may be slightly different than you dreamed. The castle, well, it may not be a castle. And it's not so important, happy ever after, just that it's happy right now. See once in a while, once in a blue moon, people will surprise you, and once in a while people may even take your breath away".
Anatomia de Grey

Ao comentar o mais recente post da Miss Glitering, apercebi-me que, independentemente de todas as desilusões por que já passei, ainda continuo a acreditar que existem homens decentes, daqueles cavalheiros (não necessariamente à moda antiga) e que merecem o nosso tempo e atenção.

Não sei porque é que mantenho essa crença, mas penso que se chama . Por muito que tente, não há maneira de deixar de ser uma romântica incurável, que ainda acredita que o seu Príncipe Encantado há-de chegar, se bem que esteja totalmente preparada para um conjunto de imperfeições deliciosas. Penso que se trata precisamente disso: aquelas imperfeições que, sendo o que são, não nos incomodam porque fazem parte daquela pessoa que amamos. Para mim, isso é uma grande parte do que constitui aquela palavrinha, amor.

Romances como os dos livros e das comédias românticas não hão-de existir ao virar de todas as esquinas, mas eu contento-me com algo menos épico. Não precisa de ser a derradeira história de amor, só precisa de ser a minha e que não seja uma bomba-relógio que, mais cedo ou mais tarde, explode e destrói tudo.

E ainda acredito. Porque, às vezes, não resta mesmo mais nada senão essa crença que nos faz seguir em frente.


Crónica ao som de "I Knew I Loved You", Savage Garden

Só às vezes...

Às vezes - mas só às vezes - apetecia-me mesmo ligar-te e dizer "Olha, só para que saibas, lá porque não queres saber de mim, não quer dizer que eu me tenha esquecido de ti". Claro que me apercebo sempre do ridículo da coisa e que nunca levo a parvoíce por diante, mas às vezes apetecia-me mesmo. Mas só às vezes.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Ó mania das grandezas!

Quando entrei na papelaria e peguei no boletim do Totoloto, a senhora por trás do balcão advertiu-me de imediato: "Ó menina, tem a certeza que é esse que quer? É que olhe que não é do EuroMilhões, é do Totoloto!". Fiz o meu melhor sorriso e assegurei-lhe que sim, que era mesmo aquele que eu queria.

E deu-me que pensar (sim, a mim basta-me isto para começar a filosofar). É que antes toda a gente jogava era no Totoloto e o prémio de alguns milhares de contos era muitíssimo bem-vindo. Desde que apareceu o EuroMilhões, já ninguém quer saber do pobrezinho do Totoloto - sim, porque só um milhão de euros já não é nada! - e se o prémio numa semana não é Jackpot e se fica pelos 10 milhões de euros, já parece que não vale a pena!

Ora, posso ser eu que sou pobrezinha, mas uma apostinha de 1 € no Totoloto já me chega muito bem. E, se assim só por mero acaso, o sorteio quiser correr-me de feição e sair-me assim só uns milharzitos de euros, também está muito bem, obrigada!


Crónica ao som de "Rich Girl", Gwen Stefani

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Nunca digas nunca...

Aqui há uns dias, descobri que uma amiga minha de um Verão já algo distante começou a namorar com um rapaz amigo dela, rapaz esse por quem eu tive uma daquelas semi-paixõezinhas, nesse tal Verão distante e por outras paragens.

A coisa não teria grande interesse nem seria digna de andar por estas paragens, não fosse um pequeno detalhe: lembro-me tão bem - como se fosse ontem - de como a H. falava dele. Que ele era um imaturo, um parvo, uma verdadeira criança e meio grosseiro. Um pouco aquele discurso de quase-criança, de quando as meninas dizem mal dos meninos e vice-versa. Mas era compreensível - o J. tinha essas referidas "qualidades" (o que, shame on me, era provavelmente um dos grandes atractivos para mim).

Ora, quando soube deste namoro, fiquei o mais espantada possível. Nunca estaria à espera. Fiquei feliz com a notícia e as razões são muito simples:

- a vida é, realmente, um mar de incerteza, portanto não vale a pena massacrarmo-nos demasiado com fatalismos desnecessários;

- sempre é verdade que os rapazes saem daquela fase infantil, que eles também crescem e amadurecem;

- e, acima de tudo, ficou para mim claro que ainda há raparigas que não são tão estupidamente dogmáticas que afastam da sua vida pessoas em definitivo por motivos algo flutuantes.

Portanto, os meus sinceros parabéns a estes dois palermas que se encontraram após anos e anos, independentemente das suas diferenças, quando há uns anos atrás eram dois amigos que, mais do que se darem realmente bem, só se irritavam mutuamente. A prova provada de que, por vezes, aquilo que mais desejamos e precisamos está mesmo à frente do nosso nariz e nós, feitos tolos, não o vemos. Assim sendo, vou passar a andar de olhos bem abertos. E aconselho a todos que façam o mesmo.


Crónica ao som de "Who Knew?", Pink

Prometo aqui solenemente...

A partir de agora, só me permito interessar-me por um rapaz que tenha a coragem de pensar como os BackStreet Boys* quando cantavam "I'll never break your heart, I'll never make you cry. I'd rather die than live without you... I'll give you all of me, honey, that's no lie". Sim, claro, provavelmente os moços não pensam nada disso enquanto cantam; mas vá, não é bem esse o objectivo do post, ok?

E para o efeito, também funciona "I don't know that he does to make you cry but I'll be there to make you smile" («All I Have To Give»). Portanto, fica aqui o aviso/promessa a mim própria: a menos que seja alguém que demonstre tal devoção (palavra bonitinha, hein?), eu por estes lados vou-me manter serena e na minha vidinha calma. É que para dramas, já chega.

E tenho dito.

*(E sim, ando para lá de entusiasmada por ir ao concerto deles na Sexta-feira. Tenho passado os últimos dias a recordar as músicas que ouvia quando era meio palmo de gente e, minha gente, sabe mesmo muito bem! Portanto, más línguas contra a música pop... pshiu!)

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Hora extra

Gosto mesmo de quando a hora muda, por causa do horário de Inverno. Não é exactamente do efeito que tem - escurecer mais cedo e isso tudo. Gosto do próprio dia em si, por dar aquela sensação de que se ganha uma hora mais. Parece que só por haver essa impressão posso fazer tudo e mais alguma coisa. Mil planos.

Claro que ontem acabei por não fazer nada de especial com essa hora extra, até porque me atacou uma preguicite aguda que é usual aparecer sempre que há esta mudança de hora. Mas não me importo: foi preguicite planeada e que me soube muito bem mesmo. Nem que seja só uma vez ao ano, gosto desses dias assim. Devíamos era ganhar uma hora todos os Domingos, e não só uma vez ao ano!

domingo, 25 de outubro de 2009

BFF... pelo menos até aparecer um rapaz por aí

Antes de mais, não, não tenho nada contra as minhas amigas terem namorado, mesmo quando eu não tenho; posto isto, mas que raio se passa com a grande maioria das raparigas hoje em dia? Parece que não sabem conciliar nada na vida com o facto de terem namorado - ou seja, a partir do momento em que existe um rapaz, automaticamente se esquecem das amigas, relegando-as para segundo plano ou como «plano de emergência» quando o respectivo mais-que-tudo (mesmo que temporário) as deixa sozinhas sem nada para fazer.

Isto não sou eu a dramatizar e a armar-me em criatura mimada, mas é que, sinceramente, haja limites... Quando nunca arranjam sequer um tempinho para ir beber um café, mas estão sempre, todos os dias, horas a fio com o namorado? Mesmo quando já não vêem as amigas há meses e meses? Sou só eu, ou isto é mesmo exagerado da parte de quem age assim?

O que é mais irónico de tudo, é que quando as coisas correm mal, vêm sempre bater à porta daqueles a quem não ligaram nenhuma. Mas, claro, até lá, andam no seu próprio mundinho, sem realmente se preocuparem quando, deste lado, também se diz «Não estou na melhor das fases, não». Ironias...

Por favor, se algum dia eu ficar assim, alguém que me espanque, me meta num colete de forças e me envie rapidamente para o manicómio. É que, de certeza absoluta, perdi o juízo e qualquer resquício de tino que possa ser encontrado é mera coincidência.


Crónica ao som de "Boyfriend", Ashlee Simpson

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Um pequeno conselho...

Se vão ser umas verdadeiras cabras, sejam-no com muito, muito estilo. É que não há pachorra, de todo, para cabras mesmo... "brega". Rasteirinhas, até. Nem dá vontade de reagir... torna-se assim a modos que desinteressante. Vá, um nível acima. A sério.

(Bom, mas primeiro evitem sê-lo, sim? A menos que seja em... "legítima defesa", boa?)

Pum pum!

Quero mais é que a *bip* de *bip* dos Recursos Humanos que me ligou vá morrer longe, de preferência sem um único dentinho e sem um fiozinho de cabelo que seja para contar a história. Sinceramente, que grandessíssima cabra!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

É inato

"Being entirely honest with oneself is a worthwhile exercise."
Sigmund Freud

Mais do que fazer sentido para o resto do mundo, penso que as nossas acções têm que ser coerentes com nós próprios. Mesmo que às vezes não as entenda em absoluto, têm que, de algum modo, bater certo para mim mesma.

Daí que muitas vezes não me cinja àquilo que é esperado de mim por parte dos outros. Especialmente no que toca a sentimentos. Talvez porque eu seja um bicho um pouco estranho, exótico, quiçá, que não é esperado nestas paragens. Não sei.

Há umas semanas, a respeito de algo que eu tinha feito, a K. virou-se para mim e, concordando com o espanto de outras pessoas, disse-me: "Sabes, é que não há muita gente que fizesse o que tu fizeste, depois de um desgosto de amor. Tentar ser amiga de alguém que se gosta mesmo quando estás magoada... não é para todos".

Está certo. Acredito que não seja para todos. Mas, a meu ver, pelo menos, quando se gosta realmente de alguém, é natural preocuparmo-nos com essa pessoa. Ora, se sabemos de antemão que algo de errado se passa, não me parece que seja possível passarmos ao lado como se nada fosse. Algo do género de "Ah, se sentisses o mesmo que eu, tudo bem, estava aí agora a dar-te a mão; mas como não é assim, não quero saber de ti para nada".

Até compreendo aquela simples questão de que é bem mais fácil ultrapassar sentimentos feridos se formos capazes de praticamente "odiarmos" aquela outra pessoa. Sim, isso também acontece comigo. Porém, cada caso é um caso, e nem sempre nos apaixonamos por alguém que, só porque as coisas não correm como gostaríamos, mereça ser tratado assim. Este é um desses casos.

Tenho que ser completamente honesta comigo mesma: sei que não esqueceria isto tudo de outra forma, sabendo quão messed up ele está. Então, sim, estendi a mão, mesmo sabendo à partido que poderia ser muito pior para mim; por enquanto não foi, mas ainda estou à espera da explosão.


Crónica ao som de "How To Save A Life", The Fray

"Chuva molha-parva"

Claro que tinha que começar a chover no preciso momento em que estou a sair de casa. E não era uma chuvinha qualquer, começou a cair uma grandessíssima "tromba-de-água". E, claro, o guarda-chuva não tinha saído comigo.

Ora, quando finalmente chego até ao carro, depois de uma aventura para encontrar a chave e destrancar o dito, o que é que me faltava?

Isso mesmo, ouvir o Phil Collins a cantar "Now I wish it would rain down on me... Oh yes, I wish it would rain doooown on me". Oh meus senhores, dispensava-se a ironia, sim?

domingo, 18 de outubro de 2009

Sonhos e insónias

Ao longo das últimas semanas, parece que não consigo dormir decentemente a não ser que sonhe com ele. Eu juro que já arrumei o assunto na minha cabeça - mas como é que se explica isso ao subconsciente? Estúpido Id...

Sonhos são apenas sonhos e isso eu sei. Não significam nada (isto sou eu a tentar convencer-me). Só que, inevitavelmente, assim que apago a luz para dormir, acabo a lembrar-me dele. E essa é sempre a pior altura - quando paramos o nosso corpo e damos espaço à nossa mente para correr por si só, sem mestre nem dono. Durante o dia, lá ando eu a travar uma batalha para esquecê-lo, sendo bastante bem sucedida na maioria das vezes (claro que dependendo daquilo que arranjo para ocupar as ideias). Contudo, à noite... a coisa complica-se.

Nunca vos aconteceu acordarem e, durante alguns segundos, pensarem que o sonho é a realidade? E nunca vos aconteceu, assim que se apercebem que, afinal, o sonho é só um sonho, desejarem ardentemente que não fosse assim? E será que vos possa já ter acontecido pensarem sinceramente que o sonho fazia bem mais sentido do que a realidade?

A mim já. Mas são sonhos.

Crónica ao som de "How To Save A Life", The Fray

Outono que de Outono pouco tem tido

Alguém me explica como é que a meio de Outubro o que faço durante o fim-de-semana é passar o tempo quase todo dentro de uma piscina ou deitada ao Sol?

Não é que me esteja a queixar, que até soube bem (e dei graças a todos os santinhos por não estar a estudar de momento), mas é impressão minha ou o ano passado o calor não veio até tão tarde?

(De qualquer maneira, já ouvi dizer que é coisa para acabar algures por esta semana. Portanto, ainda bem que aproveitei... e agora venha o Outono, que tenho umas botas lindas à espera de serem estreadas, para além de que ando com desejos de castanhas).


Crónica ao som de "Is It Any Wonder?", Keane

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Lugar Comum

O que me continua a surpreender é que, quando mais uma relação falha, eu acabo inevitavelmente a recordar-me do N., sempre, sem excepção. Como se fosse um bem maior que escapou, como se fosse a história perfeita que, um dia (não se sabe é bem quando), ainda há-de continuar, resolver todos os males do Presente e terminar qual conto de fadas, com direito a "Viveram Felizes Para Sempre" e tudo.

Talvez porque foi tão sincero, tão puro, tão alegre e «descomplicado», talvez porque havia ali algo que não dava, de todo, para explicar, talvez porque pareça sempre que algo ficou por dizer. Talvez porque o que me reste na memória seja praticamente só o bom ou talvez porque tenha sido tão adolescente e inconsequente. Ou, talvez, porque "não há amor como o primeiro".

Passados mais de três anos, ainda é a ilusão do N. que me leva a acreditar que, algures, o amor ainda existe. Claro que isto é o cúmulo da ironia, mas isso não é coisa que se explique aos sentimentos. E a verdade é que preciso de alguma coisa que me faça acreditar; portanto, que assim seja.


Crónica ao som de "Fix You", Coldplay

Daddy's Girl

Sabem aquela rapariguinha irritante, cujos pais não param de gabar, que se ouve sempre dizer que é perfeita, um amor de filha, um pequeno anjo? Claro que, regra geral, isto sai é da boca dos paizinhos. Mas bom, o que quero dizer é que eu sou - ou aliás, fui - essa rapariguinha. Fui a menina do papá por anos e anos a fio. E agora, subitamente, algo se rompeu.

Não se trata sequer de dramas de emancipação adolescente (já iria tarde para isso) nem sequer de eu me ter tornado numa deliquente que os pais não querem tanto gabar como esconder; é bem mais simples, mas talvez até um pouco mais triste... É tornar-me uma estranha para o meu pai. É o meu pai tornar-se um estranho para mim e para o resto da família.

Começo a preocupar-me seriamente a respeito do caminho pelo qual a minha família irá. Não prevejo uma melhoria nos próximos tempos, antes pelo contrário. E, dada a importância que eu dou à família, isso deixa-me mesmo, mesmo transtornada. Só que não vejo saída para esta situação.

O meu pai é um viciado do trabalho como raramente se vê - excepto em filmes. A minha mãe deixa-se afogar em negativismo, pelo que o meu pai ser assim não ajuda em nada. Ora, em vez de acalmar com o passar dos anos, o meu pai ficou ainda mais obcecado com o trabalho, sem qualquer razão que tenha a ver com necessidade da família, mas unica e exclusivamente pelo prazer do que faz - o que eu compreendo e aplaudo. Só que não quando levado a este extremo.

Estou farta de me sentir tratada como uma mera moça de recados ao invés de filha. E isso, para mim, foi a gota de água que transportou toda esta estupidez a um plano irreversível. No entanto, ainda me consigo lembrar de quando me sentava ao colo do meu pai e isso, sim, parecia ser o mais importante para ele; não o trabalho e os outros, mas aquilo que tem em casa.


Crónica ao som de "Where'd You Go", Fort Minor

ele.

Não sei porque é que ele é assim. Não entendo, mesmo. A ideia que toda a gente tem - e que eu, de início, partilhava - era de que ele era alegre, "de bem com a vida", feliz, até. E não. À medida que o fui conhecendo, passo a passo, gota a gota, apercebi-me: ele é mais danificado do que eu. Ele não está bem e, pelo aspecto da coisa, isso já dura há séculos. Mas porquê?

É impossível de compreender, quando tínhamos tudo para dar certo. Se isto não é o suficiente, não sei o que será. Com um olhar dizíamos tudo, por instinto conhecemo-nos a fundo ao primeiro contacto, não havia maior cumplicidade que a nossa. Ardíamos em olhares intermináveis, era instintivo o toque, o estarmos juntos, já nem dava para disfarçar frente ao resto do mundo.

Sei que é ridículo à luz do que se passa hoje, mas houve um dia em que pensei que ele era mesmo o tal. "The one". "Signed, sealed, delivered". Aparentemente, a vida tem planos diferentes para nós. Só espero que sejam mais felizes do que os últimos meses em que se gastaram os últimos foguetes da nossa já gasta relação.


Crónica ao som de "Someday We'll Know", New Radicals