quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O Passado à luz do Presente

Quando isto ou aquilo, este ou aquele me relembra da nossa história e eu páro dois segundos que sejam a pensar nisso tudo, a palavra que mais depressa me ocorre é sempre "idiota". Aliás, minto; a palavra que me ocorre é bem menos simpática, mas de modo a manter eventuais susceptibilidades mais delicadas a salvo, fiquemo-nos por "idiota".

Idiota-tu, por não te aperceberes do que tinhas em mãos, idiota-tu por deixares escapar tudo, idiota-tu por jogares todos os jogos do livro comigo, idiota-tu por te enredares nessa teia-marasmo e não lutares para seres quem queres ser.

Idiota-eu, por atirar areia para os meus próprios olhos quando os sinais piscavam freneticamente, idiota-eu por lutar contra uma maré forte (e teimosa) demais, idiota-eu por insistir em procurar salvar algo que há muito se havia perdido, idiota-eu por me esquecer de quem sou ao tu apareceres.

Idiota-a-situação, porque as coisas são mesmo assim, nem sempre a vida liga a sentimentos ou sensações, a momentos ou (im)perfeições de logística. O que tem que ser tem muita força e, por mais idiota que tudo isto seja, é o que teve que ser: nada.


Crónica ao som de "Autumn Leaves", Paolo Nutini

3 comentários:

  1. "O que tem que ser tem muita força"
    E o que acontece é porque dara lugar a algo melhor, mais sentido mais eterno.
    E o "idiota" fica so a observar.

    Bjs

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  2. Girls Next Door... espero bem que sim. Também é sempre esse o meu pensamento ;)

    Rosie, obrigada :) também gostei de escrevê-lo, acaba por ser especial quando sentimos que colocámos mesmo o que sentimos em palavras.

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